São muitas as vozes que AQUI se podem encontrar, declamando o que a lusitâna alma sente.
Na rua clama-se por quase tudo... Paz, Pão, Educação... Justiça, Trabalho... Ética Republicana. O 25A trouxe um cheirinho de quase tudo o que na altura se pedia nas "manifs", mas rareiam, na coisa pública, os que orientam a sua vida pela última. Não apenas aos políticos, esses seres que, pelo que se ouve, quase parecem seres alienigenas, como se não fizessem parte deste mesmo povo mas também, à esmagadora maioria que após "lá colocar o papelinho", vira as costas ao processo de decisão, distanciando-se cada vez mais da sua obrigação de intervir na coisa pública. Quem não vota, que fique quedo e mudo no seu canto. Quem vota num qualquer partido que dê a cara, e defenda com elevação, urbanidade e convição as suas ideias que foi por isso, que se fez o 25A. Quem, como eu, vai votar em branco, deve acho eu, exigir que os seu voto TAMBÉM CONTE e que seja representado com o correspondente número de CADEIRAS VAZIAS NO PARLAMENTO, para que os deputados eleitos, TODOS OS DIAS, vejam que há quem considere que eles não os representam. Ao chegar aos 50%+1 haveria lugar a uma NOVA CONSTITUINTE e uma refundação da REPUBLICA. E que desta vez ELA venha sem dogmas e aberta à participação de todos num sistema em que cada eleitor conhece o deputado que vai eleger, um sistema NOMINAL em que os eleitores do mesmo modo que elegem O SEU Deputado, também O substituem em qualquer altura num qualquer processo intercalar. Há que acabar com a exclusividade da PARTIDOCRACIA e criar as condições para uma DEMOCRACIA onde qualquer um, desde que para isso se sinta capaz, se possa fazer eleger pelos seus pares, independente das máquinas partidárias que levam à FUNCIONALIZAÇÃO do deputado. A lógica do funcionalismo partidário, permite que os partidos se façam representar APENAS por UM deputado por partido que, quando chamado a votar, levanta a bandeirinha com o número daqueles que representa. Os outros, bem podem continuar nos seus escritórios a ditar texto que vira lei que, apenas asseguram a manutenção dos previlégios de uns quantos, à custa da cada vez mais empobrecida existência, da esmagadora maioria restante.
Quem se fez eleger, governa para voltar a ser eleito e com isso, sacrifica as gerações vindouras, gastando HOJE aquilo que espera que os outros venham a ganhar no futuro.
- Para obviar a isso, talvez de devesse discutir a duração dos mandatos para a Presidência (7 anos) e para 1º Ministro (5 anos) e considerar esses mandatos como ÚNICOS ou optar por um sistema em que, quem exerce actividade politica o faça como um qualquer outro profissional devidamente "encartado" e faça dessa ocupação o seu modo de vida. Há que acabar com o escandaloso concubinato dos saltitões: privado-estado-privado-estado... reforma ali, aqui e acolá e, o zé povo que pague.
- Ponderar a existência de uma disposição CONSTITUCIONAL que não permita a nenhum executivo gastar mais do que aquilo que ganha. O País, como qualquer empresa gerida racionalmente, tem que "dar lucro" ou, na pior das hipóteses ter saldo ZERO. Acabar com subsidios a fundo perdido para que não se produza e investir em crédito muito barato em pme's e start-ups onde a inovação tecnológica seja o paradigma.
- Emagrecer drásticamente o aparelho de estado onde as progressões na carreira não podem ser feitas por antiguidade mas sim, EXCLUSIVAMENTE por concurso e onde, TODOS tem objectivos a cumprir sendo que, se os falharem, podem ser dispensados pela entidade patronal, ou seja, pelo Estado. Não pode haver "filhos no estado e enteados no privado" se queremos ter um País mais justo e solidário. É imoral a disparidade do leque salarial em Portugal onde muitos ganham numa semana, o que a maioria da população ganha num ano de trabalho sem que, em paralelo não esteja instituido um sistema de imposto "à nórdica".
- Acabar com os Offshore em Portugal, "dar caça" a quem os utilize e acabar com a prescrição dos crimes económicos. Não se pode ter uma lei que permite a quem prevarica, passados uns anos, ficar a dormir descansado e, caso seja apanhado, limitar-se a pagar o valor devido e uma "coima" simbólica. Há que desmantelar o estado corporativo que prevaleceu após o 25A, acabar com previlégios e "direitos" que nos tornam mais desiguais.
Ainda há tanto por fazer...
o tempo é tão escasso...
e o "Magreb" aqui tão perto...
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