
Também nós amamos a vida quando podemos.
Dançamos entre dois mártires e no meio deles
erguemos um minarete de violetas
ou uma palmeira.
Também nós amamos a vida quando podemos.
Ao bicho-da-seda roubamos um fio
para tecer o nosso céu e estancar este êxodo.
Abrimos a porta do jardim
para que o jasmim saia para a rua
como um dia bonito.
Também nós amamos a vida quando podemos.
Na morada que escolhemos,
cultivamos plantas vivazes
e recolhemos os mortos.
Sopramos na flauta a cor da distância,
desenhamos um relincho no pó do caminho.
E escrevemos os nossos nomes, pedra-a-pedra.
Tu, ó raio, ilumina a nossa noite,
ilumina-a um pouco.
Também nós amamos a vida quando podemos.
de: Mahmoud Darwich
0 1 2 - post by: rima - @
No comments:
Post a Comment
Note: only a member of this blog may post a comment.